Endomarketing
Ferramentas do Endomarketing
Instrumentos práticos que podem ser utilizados na implantação de uma estratégia de endomarketing.
Publicado em:
03 de dez. de 2015
Atualizado em:
02 de jul. de 2021
Motivação
Como instrumentos do processo de motivação Bekin (2004) enumera:
- Chamamento a parcerias, à cooperação e à lealdade;
- Valorização do indivíduo dentre de seu grupo;
- Integração baseada nos valores e objetivos da empresa;
- Reforço contínuo de uma atitude baseada em valores compartilhados;
- Recompensas e prêmios dirigidos ao grupo para que todos se beneficiem dos resultados positivos;
- Criação de um ambiente de interação dentro da empresa
- Envolvimento dos funcionários no planejamento e na tomada de decisões;
- Estímulo à iniciativa e à atitude criativa;
- Delegação de poderes de acordo com a natureza da função exercida;
- Remuneração adequada.
ALERTA: Alguns fatores frequentemente utilizados pelas organizações para motivação, na verdade, não possuem capacidade para isso. Frederick Hertzberg realizou uma pesquisa para avaliar a influência de fatores sobre a motivação e constatou que existem dois grupo de fatores de influência, que ele chamou de fatores higiênicos ou de manutenção e fatores motivacionais ou de satisfação.
Os fatores higiênicos são incapazes de motivar, mas são capazes de impedir a motivação, isto é, eles têm de estar devidamente equacionados para que a pessoa não se desmotive.
Os fatores motivacionais, por sua vez, são aqueles que realmente causam a motivação nos indivíduos.
Fatores Higiênicos:
- Política e administração da empresa
- Supervisão
- Salário
- Relações pessoais
- Condições físicas de trabalho
Fatores motivacionais:
- Realização
- Reconhecimento
- O trabalho em si
- Responsabilidade
- Desenvolvimento
O psicólogo americano Abraham H. Maslow elaborou uma escala hierárquica de necessidades humanas, sugerindo que o indivíduo poderia passar de nível, à medida que fosse satisfazendo cada grupo de necessidades. Dependendo do nível de satisfação de necessidades em que um indivíduo encontra-se, seu nível de motivação também aumenta.
FISIOLOGIA: Necessidade de satisfação biológica, como respiração, alimentação, hidratação, sono.
SEGURANÇA: Tendo saciado suas necessidades fisiológicas, o indivíduo apresenta necessidades relacionadas ao sentimento de estabilidade e manutenção. Envolve a segurança do próprio corpo, dos próprios bens, mas também da manutenção de sua situação atual, como amizades e emprego.
AMOR/RELACIONAMENTO: Seguindo a escala, após satisfazer as necessidades anteriores, o indivíduo começa a apresentar suas necessidades afetivas, envolvendo vida em família, amizades...
ESTIMA: Na sequência o indivíduo passa a esperar do mundo o reconhecimento daquilo que ele realiza e passa a sentir a necessidade de respeito, confiança, prestígio etc.
REALIZAÇÃO PESSOAL: Por fim, tendo saciado as demais necessidades mais urgentes, o indivíduo volta-se novamente para si mesmo, buscando estabelecer uma relação equilibrada com si mesmo. Aqui ele começa a se interessar por suas próprias competências e se esforça para ser um ser humano melhor.
Treinamentos
Oferta de conhecimento adicional que é feita ao empregado, com a finalidade de auxiliá-lo no desempenho de sua tarefa e trazê-lo o mais próximo possível do que o cargo exige.
Devem desenrolar-se de modo a, de um lado suprir necessidades técnicas e, operacionais e de outro a reforçar valores humanos.
Liderança
Lideranças são inevitáveis em qualquer grupamento social, inclusive nas empresas. É fundamental que a organização compreenda este processo e não lute contra as lideranças, mas, ao contrário, colabore e estimule o surgimento desta postura.
Liderança é diferente de chefia. Nem todos os ocupantes de cargos de chefia são líderes e nem todos os lideres ocupam cargos de chefia.
Líder é o abrasileiramento do vocábulo inglês “leader”, que tem origem celta e quer dizer “pessoa que vai à frente para guiar ou mostrar o caminho, ou que precede ou dirige qualquer ação, opinião ou movimento”.
A consequência da liderança é o destaque. O líder destaca-se do grupo. O líder aparece!
Saber conviver com esta situação de evidência sem se deixar tomar por vaidades e prepotências é fundamental.
Sabendo que a liderança é um fenômeno inevitável e que o líder corre o risco de deixar-se levar pela vaidade e pelos jogos de pode, o papel do Endomarketing é preparar e conduzir as lideranças, valorizando-as e cerceando-as nos momentos necessários.
Para isso deve-se conhecer os tipos de liderança, buscando compreender suas tendências de comportamento, seus limites e suas possibilidades:
Liderança Carismática (sobrenatural)
Exemplos: Padre Cícero, Antonio Conselheiro, Chico Xavier;
“Ele tem estrela!”
“Não sei por que, mas gosto dele!”
“Por ele faria qualquer coisa!”
Liderança Reformista (revolução)
Exemplos: Sócrates, Jesus, Karl Marx;
O líder reformista é o “homem do não”, que não está de acordo, que se rebela.
Ganha a confiança das pessoas descontentes com alguma situação e, por representar uma possível solução para o problema consegue convencê-las a agir de acordo com suas recomendações.
Liderança Determinista/Executiva (organização)
Exemplos: Executivos e os administradores públicos bem intencionados;
A liderança executiva nasce da fascinação que nos causa o organizador. Admiramos quem põe ordem no caos. É o tipo de liderança mais relacionado à competência e eficácia.
Liderança Coerciva (violência/medo)
Exemplos: Ditadores (Hittler, Hugo Chaves), “coronéis” nordestinos;
A liderança coerciva caracteriza-se pela conformidade sem consentimento. O indivíduo curva-se sem outra alternativa diante da ameaça de castigo ou retaliação.
Veículos de Comunicação Interna
É improvável que a empresa consiga desenvolver alguma ação de Endomarketing sem canais de comunicação apropriados para isso. Neste sentido os house organs desempenham papel fundamenta para o sucesso deste tipo de procedimento gerencial.
Veículo de Comunicação Interna é um conceito amplo, que engloba uma série de possibilidades, indo desde os jornais empresariais mais artesanais, até circulares eletrônicas e intranets.
O fato é que o público internos é bombardeado diariamente por informações dos mais diferentes tipos. Formais ou não. A favor ou contra sua situação atual. Assim, o Veículo de Comunicação Interna tem como papel se somar a esta miscelânea de fontes.
Seu papel é ser a fonte de informação mais confiável sobre a empresa. Isso reduz o poder dos boatos.
Gestão do conhecimento
O acesso à informação é um fator motivacional. Quanto tem acesso à geração e à consulta do know-how da organização o colaborador sente-se responsável, reconhecido e percebe uma certa valorização.
Endomarketing implica em inserir cada colaborador no Circuito do Conhecimento da organização.
Este Circuito do Conhecimento envolve todos os processos internos para a obtenção de dados, e sua conseguinte transformação em informação em conhecimento.
- Dado -> Menor unidade de informação.
- Informação -> Dado contextualizado, comparado com outros dados ou com situações similares.
- Conhecimento -> Possibilidades de ação criadas pela informação.
Conhecimento é gerado por pessoas. O conhecimento inicialmente está nas pessoas.
Enquanto está apenas para o indivíduo, o conhecimento tem caráter Tácito ou Implícito. Neste caso, embora seja útil para o indivíduo, o Conhecimento Tácito ainda não está à disposição da organização e este indivíduo não participa do Circuito do Conhecimento.
Assim, a empresa precisa criar as condições para transformar o Conhecimento Tácito em Conhecimento Explícito, que é o conhecimento compartilhado, tornado público. Ao compartilhar seus conhecimentos ou participar de processos que gerem novos conhecimentos o colaborador se sente valorizado e se motiva.
As Intranets são, portanto, um poderoso recurso de Endomarketing, pois aliam características de Veículo de Comunicação Interna e de sistema de Gestão do Conhecimento. Mantêm os colaboradores informados sobre as questões da organização ao mesmo tempo em que os insere nos Circuito do Conhecimento.
Referência
BASTA, Darci; et. al. Fundamentos de Marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: Como praticá-lo com sucesso.São Paulo: Pearson, 2004.
CARVALHO, Vinicius de. Endomarketing inteligente e criativo: as 25 leis do endomarketing. Edição do autor. 2007.
KOTLER, Philip, KELLER, Kevin. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 2000.
RICHERS, Raimar. O que é marketing. 12.ed. São Paulo: Brasiliense, 1989.